5.4.08

Fantastic Plastic



Ah, os apelos midiáticos, eles movem o mundo. Estava folheando uma revista dessas da moda que achei jogada no parque onde fazemos piquenique e não sei se ainda me impressiono ou se simplesmente ligo uma tecla do "bem estar" para não me aborrecer tanto. É tanta inutilidade para comprar e tanta gente comprando que penso o quanto fui egoísta em gerar um ser. Percebem que não tem como esconder tudo isso dela? É tanto apelo, de tantos lados que me sinto um pontinho pequeno no universo lutando contra o resto. Ok, eu sei que existem muitas pessoas com boas intenções, vários projetos com boas causas e gente engajada na luta contra a destruição dos seres humanos - sim dos seres humanos pois o planeta vai se adaptar, da sua maneira - porém percebo uma super valorização dos próprios bens como se nada mais existisse, como se o mundo girasse ao redor daquela pessoa, único e exclusivamente.
Isso acontece na fila do banco, no mercado, no trânsito, no restaurante, com os amigos e parentes. Vou completar 31 anos em julho e não percebi mudanças significativas nas pessoas que amo ou que simplesmente convivem comigo. Percebi o quanto eles adquiriram em posses, mas jamais recebi um convite para arrancar uma maldita faixa de algum deputado que está sujando a cidade, só porque ele acha que podou as árvores. No meu prédio, apesar de ter tentado, ninguém tomou iniciativa de separar o lixo orgânico dos outros. Continuo "sendo" a extra-terrestre que vai ao supermercado levando essa bolsa para trazer as compras. Eu me pergunto se o menino que embala me olha de forma estranha, porque tem medo de perder o emprego. Não sei. As vezes as pessoas sorriem com aqueles sorrisinhos amarelos e dizem: "que casal moderninho vocês, tão bonitinhos." Agem como se fossêmos bibelozinhos.
É, talvez eu seja uma dessas pessoas que reclamam sem fundamento, não é? Mas eu sei de uma coisa. Eu não preciso de um "vestido maravilhoso" de uma "loja maravilhosa" que custa "200 maravilhosos reais". Também não preciso de um chinelo moderno, uma tv de plasma, um video-game ou qualquer uma dessas parafernálias que custam muito e não me dão o prazer que realmente necessito. Preciso criar e sinto necessidade disso, pois é meu combustível. Quando penso em ver meus amigos (as), também penso em alguma atividade que poderíamos desenvolver juntos. Isso me dá alegria, e não escolher o melhor restaurante para o tal encontro e encher a cara até vomitar.
Por isso que para muita gente o que criamos pode não ser nada, mas eles significam muito pra nós. Pois cada passo do processo de criação respeita nossos príncipios, que é o de reaproveitamento daquilo que seria descartado. Nós damos vida há algo que se misturaria com outros lixos. Eu fiz essa bolsa com plástico que embalam geladeiras, fogões, microondas, etc e dei meu toque especial. E ela ficou assim. Simples, como deve ser.

5 comentários:

Nath Gingold disse...

Hahahahahaha...biscatona!!! (no melhor dos sentidos, claro) Anda mexendo no photoshop??
Essa foto ficou linda com essas mudanças na cor!!!
Ps- se foi o Cá que fez, vai o mesmo recado!!!!
Biscatessssssssssssssssss!!!!
ADOREI!!!!
qdo eu estiver com grana vou comprar uma bolsa com vocês!!

Beijões!

Nath Gingold disse...

AH sim...nós também somos olhados como um "casalzinho moderno"!! Eu tenho uma sacola de plástico que eu levo pro super e quando eu aviso o garotinho que não precisa colocar na sacolinha que eu trouxe a minha, ele tb olha meio de lado...
Mas fazer o q, né?
O bom é que nos entendemos aqui em casa, pensamos nessas coisas juntos, catamos lixos, fazemos a horta, guardamos potinhos, pintamos paredes (e chão)...
Quem não concorda, acha a gente exagerado, louco e sempre diz que é besteira, que só a gente faz isso, ou então que dá muito trabalho.

às vezes a gente até tenta convencer as pessoas do contrário, mas anda cansando fazer isso. Aí apertamos a tecla foda-se e ficamos felizes!!!

Beijoes!

Fá Giandoso disse...

Nossa sua bolsa ficou bem legal.
Acho engraçado a cara das pessoas me olhando no mercado, olhando meu bolsão. Eu adoro!!!
Hhahahhahah
E fico com a consciência menos pesada...não muito...mas um pouquinho mais leve.
Adorei seu blog...Beijos

Sica disse...

Andei pensando nessas coisas também, dá uma olhada neste post depois:
http://paraleraosdomingos.blogspot.com/2008/03/saco-cheio.html
Estava me sentindo cansada de trabalhar tanto por causas que outros ridicularizam ou deixam pra depois. O "money" é o que manda, e se não dá lucro, foda-se o resto. Cansa. Mas enquanto eu acreditar que vale a pena, continuo.

Drica Menezes disse...

acredite não é só vc q é olhada d modo estranho no mercado, eu tbm qd vou com minha sacola q eu mesma fiz fico sendo observada diferentemente....é dificil mesmo fazer o pessoal se conscientizar! bjao! :D

 
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